terça-feira, 20 de janeiro de 2015

03. Sumidouro



Sumidouro

Eu achava que teria um fim o fundo do meu poço
Eu sentia que era de aço – hoje enferrujo
Eu pensava que sabia nadar, mas hoje eu afundo
Eu sabia que é bom duvidar, hoje não acredito...

Nada permanecerá oculto

Mergulho num rio ainda muito turvo
Pela tempestade, que arrasta meu corpo
Pro fundo, no escuro, quase me afogo
Aguardando um tempo vindouro...
Mergulho profundo, juro que era infinito
Agora sei: sigo o fluxo – pra onde está indo?
Me equilibro no fio com a corda no pescoço
E me draga o sumidouro

Eu achava estar decidido, somente hoje descubro
Eu sentia que era imutável o que é tão flexível
Eu pensava que estava perdido, hoje eu me encontro
Eu sabia o quanto me enganava, hoje eu não ignoro

Tudo amanhecerá luzido

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