terça-feira, 20 de janeiro de 2015

05. Pavor



Pavor

Todos querem se anestesiar da dor
Rezando pro seu deus, seja ele o que for
As jaulas dissimulam o desconforto
E o medo é tal que todos
Querem estar num altar
Num pedestal

O que te ata em mim também te ataca
O que me enrosca em ti também me arranha
Que te faz arder, porém, te queima
Que me faz querer, mas me domina

Enquanto todos pensavam amar
Eu via amargor
O que querem todos conservar?
Não sou senhor!
Enquanto tantos respiravam o ar
Me sufocou
Onde todos viam amar
Eu via pavor

Há muito que são doentias as nossas relações
Tantos pronomes e pessoas não
São muito além de possessões
Eu vivo, não acumulo
Amo, não calculo

O que te atrai em mim também te trai
O que em ti me completa, também corrói
Que te inunda, porém, te afoga
Que me governa, mas me ignora

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